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Astrônomos observam galáxia parecida com Via Láctea, distorcida sob efeito de lente gravitacional

Galáxia SPT0418-47 aparece como anel de luz, resultado do efeito lupa usado pelos cientistas para obter a imagem.

2–3 minutos
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Astrônomos observam galáxia parecida com Via Láctea, distorcida sob efeito de lente gravitacional
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Com o auxílio do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (Alma), do qual o Observatório Europeu do Sul (ESO) é parceiro, astrônomos observaram uma galáxia muito, muito distante e, consequentemente, muito jovem, bastante parecida com a nossa Via Láctea: a SPT0418-47 está tão distante de nós que sua luz levou mais de 12 bilhões de anos para chegar até aqui; estamos vendo como era quando o Universo tinha apenas 1,4 bilhão de anos.

Surpreendentemente, esta galáxia se mostra, também, pouco caótica, o que contradiz as teorias que apontam para que todas as galáxias no Universo primordial sejam turbulentas e instáveis – características comuns, para cientistas até então, a galáxias jovens em formação. A surpreendente descoberta desafia a compreensão dos cientistas de como é que as galáxias se formam, e dão mais pistas sobre o passado do Universo.

Este resultado constitui um enorme avanço no campo da formação de galáxias, mostrando que as estruturas que observamos em galáxias espirais próximas e na nossa própria Via Láctea já existiam há 12 bilhões de anos

Francesca Rizzo, estudante de doutorado no Instituto Max Planck de Astrofísica, Alemanha, que líder da pesquisa publicada pela revista Nature

Embora a galáxia não pareça ter braços em espiral, ela tem pelo menos 2 características típicas da Via Láctea: um disco em rotação e um bojo – um enorme grupo de estrelas aglomeradas de forma muito compacta em torno do centro galáctico. É a primeira vez que um bojo é visto tão cedo na história do Universo, fazendo desta a galáxia semelhante à Via Láctea mais distante observada até hoje.

A grande surpresa foi descobrir que esta galáxia é de fato muito semelhante a galáxias próximas, contrariamente a todas as expectativas baseadas em modelos e observações anteriores menos detalhadas

Fillippo Fraternali, do Instituto Astronômico Kapteyn da Universidade de Groningen, Holanda, co-autor do estudo

Aparência de anel é efeito de lente gravitacional

Como a distância desse tipo de galáxia é muito grande, observações detalhadas – até mesmo com uso de telescópios mais poderosos, como o Alma – são quase impossíveis. Para compor a imagem, os astrônomos usaram uma lupa cósmica: o efeito conhecido por lente gravitacional. Neste efeito, a atração gravitacional da galáxia próxima distorce e curva a luz da galáxia distante, fazendo com que ela apareça deformada, mas bastante ampliada.

Vídeo mostra reconstrução da imagem da galáxia

Com as lentes gravitacionais, a galáxia aparece como um anel de luz. A equipe reconstruiu a verdadeira forma da galáxia usando uma nova técnica de modelagem computacional.

O que descobrimos foi bastante intrigante; apesar de estar formando estrelas a uma taxa elevada e, consequentemente, ser um local de processos altamente energéticos, a SPT0418-47 é a galáxia de disco mais bem organizada já observada no Universo primordial

Simona Vegetti, do Instituto Max Planck de Astrofísica, co-autora do estudo

Entretanto, os astrônomos pontuam que , apesar da SPT0418-47 ter um disco e outras estruturas semelhantes às galáxias espirais que vemos atualmente, ela evoluirá, muito provavelmente, para uma galáxia muito diferente da Via Láctea, se juntando à classe das galáxias elípticas.

Com informações do ESO / Foto: Alma (ESO/NAOJ/NRAO), Rizzo et al.

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