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Compartilhamento de saberes indígenas é tema do III Seminário de Arte, Educação e Cultura do CCVM

Evento realiza encontros e vivências com artistas, lideranças, pesquisadores e educadores indígenas e não indígenas sobre diferentes modos de produção e difusão de conhecimentos ancestrais.

4–5 minutos
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Compartilhamento de saberes indígenas é tema do III Seminário de Arte, Educação e Cultura do CCVM
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O Centro Cultural Vale Maranhão (CCVM) realiza, desta quarta, 17 de abril, a sexta-feira (19), o III Seminário de Arte, Educação e Cultura. Com o tema Saberes indígenas em circulação, o evento tem a proposta de promover debates e momentos de troca de conhecimento sobre diferentes processos de ensino-aprendizagem indígenas, abarcando a diversidade de experiências possíveis dentro e fora das aldeias e a difusão de saberes ancestrais por gerações. A programação celebra o Dia dos Povos Indígenas, comemorado no dia 19 de abril.

Para este encontro, os convidados indígenas são dos povos Tremembé, Kaingang, Kaiowá Guarani, Mbya Guarani, Gavião, Guajajara Tentehar, Baniwa, Mebengokre Kayapó, Tabajara, Kadiwéu e Ka´apor, trazendo reflexões, fazeres e estéticas ligados ao que se costuma traduzir e entender como educação indígena. Serão apresentados modos de fazer, construir, cantar, cuidar, curar, embelezar, dentre os modos diversos de circulação de conhecimento.

“Os saberes indígenas são dinâmicos e transformacionais: circulam pela oralidade, pelos fazeres, pelos cantos, pinturas e rituais; por livros, poesias, pela presença indígena nas universidades, nas instituições governamentais, nos fóruns e encontros internacionais; pelas redes sociais, na produção audiovisual, em mídias eletrônicas. Se afirmam também em experiências e projetos de arte e educação realizados em territórios e escolas indígenas. São esses encontros intergeracionais promovendo circulação de conhecimento que norteiam a curadoria do seminário”

Paola Gibram, doutora em Antropologia (USP), pós doutoranda e professora colaboradora do Programa de Pós-graduação em Antropologia (UFGD), que assina a curadoria do evento ao lado do antropólogo, doutorando em Antropologia Social (USP) e músico Rafael Pacheco

A programação contará com oficina de saberes do povo Gavião, exibição de documentários realizados por coletivos Kaingang, oficinas sobre ervas medicinais com os Tremembé, cantos com os Guajajara Tentehar, uma conversa aberta com escritores indígenas, um debate sobre conhecimentos do povo Guarani entre pensadores dos povos Mbya Guarani (SP) e Kaiowá Guarani (MS). O evento se encerrará com uma celebração guiada pelos cantos Ka’apor.

Retomada da educação escolar Kaingang é destaque na programação

Os primeiros momentos da escolarização nos territórios Kaingang, durante atuação do antigo SPI – Serviço de Proteção aos Índios (extinto em 1967 e substituído pela FUNAI), foram marcados por imposições e proibições. Com o período pós tutelar, professores e lideranças indígenas passaram a repensar a educação escolar Kaingang, incorporando o calendário de festas e rituais, os saberes tradicionais e a prática de cantos e danças, com a formação de coletivos de juventude indígena.

A programação do seminário contará com a exibição dos curtas-metragens Ga vĩ: a voz do barro e Nẽn Ga vĩ – uma retomada kanhgág em movimento realizados por coletivos Kaingang e a conversa aberta Retomadas dos kanhgág jykre – memórias, trajetórias e transformações na educação indígena kaingang, com Janaína Kuitá Bilíngue, formada no magistério Indígena e graduada em Pedagogia pela Universidade de Maringá, e Jaciane Goj Fideles Kuitá, formada em Artes e Linguagens pela UFSC, educadoras kaingang que vêm pensando sobre os desafios desses processos transformativos e sobre como fazer da escola um território de fortalecimento político e cultural para seu povo.

Outro destaque é a conferência sobre as Escolas Vivas, projetos indígenas que buscam fortalecer a circulação dos saberes tradicionais. Em A escola viva do povo Baniwa no Rio Negro, Francy Baniwa compartilha experiências do projeto realizado junto a seu povo, nascido do trabalho feito ao longo de seis anos de pesquisa e escrita do seu livro Umbigo do Mundo, a partir das narrativas tradicionais transmitidas por seu pai, Francisco Luiz Fontes Baniwa.

O evento é gratuito e as inscrições podem ser feitas de forma presencial no CCVM, a partir do dia 17 de abril. O CCVM fica localizado na rua Direita, nº 149, Centro Histórico de São Luís.

Programação do III Seminário de Arte, Educação e Cultura

Quarta-feira, 17 de abril

  • 10h – Conversa Aberta Existências, territórios tradicionais e a educação indígena, com Raquel Tremembé, Gilda Kuitá Kaingang e Izaque João. Articulação: Paola Gibram;
  • 14h – Oficina Saberes Tremembé: ervas medicinais, para aprender e ensinar, entre geraçõescom Maria Lúcia Aguiar Tremembé, Sônia Maria Araújo Tremembé, Maria José Dias Tremembé;
  • 17h30 – Exibição dos filmes Nẽn Ga vĩ: uma retomada kanhgág em movimentoGa vĩ: a voz do barro, seguido de debate com as realizadoras Nyg Kuitá Kaingang e Gilda Kuitá Kaingang;
  • 18h30 – Conversa Aberta Retomadas dos kanhgág jykré – memórias, trajetórias e transformações na educação indígena kaingang, com Janaína Kuitá e Jaciane Goj Fideles Kuitá.

Quinta-feira, 18 de abril

  • 9h – Oficina Saberes do povo Gavião: plantas, artesanato, cantos e históriascom Irene Gavião, Vladilson Bandeira Gavião e Lídia Gavião;
  • 16h – Conversa Aberta Literaturas indígenas: caminhos, com Edson Kayapó, Auritha Tabajara, Olívio Jekupe e mediação de Idjahure Kadiwel;
  • 19h – Conferência A escola viva do povo Baniwa no Rio Negro, com Francy Baniwa e  apresentação e debate de Rafael Pacheco.

Sexta-feira, 19 de abril

  • 9h – Oficina Arte dos cantos e circulação de saberes do povo Guajajara, com Cintia Guajajara, Davi Guajajara e Elza Guajajara. Articulação: Magda Pucci;
  • 16h – Conversa Aberta Teko arandu: educação indígena para além da escola, com Kerexu Mirim e Izaque João. Articulação: Ana Paula Gonçalves;
  • 19h – Celebração de Encerramento: Cantar com o povo Ka´apor.

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