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CNH mais barata pode encurtar 7 meses de espera no Maranhão

Projeto do governo federal prevê reduzir em até 80% custo da habilitação e promete ampliar acesso ao documento em todo o país

3–4 minutos
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CNH mais barata pode encurtar 7 meses de espera no Maranhão
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O cidadão maranhense que pretende tirar a primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH) precisa trabalhar, em média, mais de 7 meses. É a quarta Unidade da Federação onde mais se demora para conseguir o dinheiro da primeira CNH em todo o Brasil, atrás apenas do Acre, Bahia e Amazonas.

O cálculo, feito pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), se baseia em critério de referência utilizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em estudos sobre o endividamento das famílias no Brasil. Segundo a Febraban, comprometer cerca de 30% da renda mensal com um objetivo específico – como pagar uma dívida ou financiar um bem – é o limite considerado saudável para manter o orçamento equilibrado. Acima disso, a situação financeira pode ficar mais apertada e aumentar o risco de inadimplência.

No Maranhão, o valor da CNH A+B é de R$ 2,3 mil e a renda média per capita fica em R$ 1,07 mil. Comprometendo-se 30% dessa renda, tem-se R$ 323,10 por mês para juntar até conseguir dar entrada no processo de obtenção da habilitação. Dessa forma, um maranhense levaria 7,12 meses para conseguir o dinheiro necessário.

Tempo de trabalho para pagar CNH atualmente

UFValor da CNH A+BRenda média per capitaMeses de renda (comprometendo 30%)
ACR$ 3,3 milR$ 1,27 mil8,66
ALR$ 1,35 milR$ 1,33 mil3,38
APR$ 2,8 milR$ 1,51 mil6,16
AMR$ 2,7 milR$ 1,23 mil7,29
BAR$ 2,46 milR$ 1,36 mil8,46
CER$ 2,31 milR$ 1,22 mil6,30
DFR$ 2,13 milR$ 3,44 mil2,06
ESR$ 1,43 milR$ 2,11 mil2,26
GOR$ 1,88 milR$ 2,09 mil2,99
MAR$ 2,3 milR$ 1,07 mil7,12
MTR$ 2,37 milR$ 2,27 mil3,47
MSR$ 3,52 milR$ 2,16 mil5,42
MGR$ 2,99 milR$ 2 mil5,00
PAR$ 1,75 milR$ 2,48 mil4,34
PBR$ 1,36 milR$ 1,4 mil3,25
PRR$ 2,91 milR$ 2,48 mil3,91
PER$ 2,87 milR$ 1,45 mil6,58
PIR$ 1,78 milR$ 1,35 mil4,42
RJR$ 2,16 milR$ 2,49 mil2,90
RNR$ 2,29 milR$ 1,61 mil4,72
RSR$ 4,43 milR$ 2,6 mil5,67
ROR$ 1,76 milR$ 1,71 mil3,43
RRR$ 2,74 milR$ 1,53 mil5,95
SCR$ 3,4 milR$ 2,6 mil4,36
SPR$ 1,43 milR$ 2,66 mil1,79
SER$ 2,11 milR$ 1,47 mil4,78
TOR$ 2,49 milR$ 1,73 mil4,79
Fonte: Detrans, CFCs e IBGE

O cálculo reflete não somente o esforço que os brasileiros têm que fazer para conseguir a primeira habilitação, mas a desigualdade regional. O Distrito Federal, por exemplo, lidera tanto em renda média per capita (R$ 3,44 mil) quanto em número de condutores habilitados, com aproximadamente 5 mil por 10 mil habitantes, além de exigir menos tempo de comprometimento do orçamento para o processo, cerca de 2 meses. Já estados do Norte e Nordeste, como Maranhão, Piauí e Amazonas, registram os menores números de habilitados, entre 1 mil e 2 mil a cada 10 mil habitantes, têm renda média inferior a R$ 1,5 mil e maior tempo para conseguir pagar a CNH.

CNH mais acessível

O processo atual para obtenção da CNH pode superar R$ 4,4 mil e leva quase um ano para ser concluído, o que empurra inúmeros brasileiros para um cenário excludente e perigoso: atualmente 20 milhões de pessoas dirigem sem CNH.

O projeto do governo do Brasil, por meio do Ministério dos Transportes, busca exatamente isso: reduzir desigualdades e ampliar o acesso à habilitação, com uma redução de até 80% no custo para obtenção da carteira nas categorias A (motocicletas) e B (veículos de passeio).

Hoje, a maior parte do que o candidato gasta para obter o documento – cerca de 80% do total do valor – corresponde às aulas oferecidas pelas autoescolas.

Com o novo modelo, o cidadão terá a liberdade de escolher onde e como fazer essas aulas preparatórias, que poderão ser realizadas tanto nas autoescolas quanto em curso teórico oferecido gratuitamente pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). A parte prática poderá ser feita com instrutores autônomos devidamente credenciados pelos Detrans, porém não haverá obrigatoriedade de carga horária mínima, como ocorre atualmente.

Participação popular

Toda a população, o setor produtivo e as entidades envolvidas podem contribuir com sugestões para a construção do projeto pela plataforma Participa + Brasil. O prazo se encerra no dia 2 de novembro.

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