A baixa umidade relativa do ar e as queimadas registradas na Amazônia, Cerrado e Pantanal têm reduzido drasticamente a qualidade do ar em várias cidades do país. Conforme monitoramento da IQAir, empresa de tecnologia da qualidade do ar, São Paulo, Porto Velho e Rio Branco registraram o maior nível de poluição do mundo, neste último domingo, 8 de setembro. E a projeção é que o problema continue nas próximas semanas.
Somado a isso, os índices de umidade relativa do ar chegaram a ficar em nível semelhante ao do deserto do Saara em 200 cidades, conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) – o que demanda atenção redobrada em relação às doenças respiratórias.
“A baixa umidade atua como fator irritativo das nossas mucosas, contribuindo para o desenvolvimento de quadros de rinite, sinusite, bronquite, asma e laringite“
Doutora Cristiane Passos Dias Levy, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, especialista em alergias respiratórias
Nesse contexto, o frio, a poluição e alguns hábitos equivocados são fatores que nos tornam ainda mais vulneráveis. “A falta de hidratação, o uso de indiscriminado de descongestionantes nasais, o tabagismo e até mesmo a prática de exercícios físicos, dependendo do horário e local, são aspectos agravantes e que jamais podem ser ignorados”, alerta a especialista.
Resumo das orientações
- Tome bastante água para manter as mucosas das vias aéreas hidratadas: o ideal é beber oito copos ao longo do dia (1,6 litro);
- Evite os descongestionantes nasais, sobretudo sem indicação médica: eles ressecam as mucosas nasais e potencializam irritações;
- Evite fumar, pois a fumaça do cigarro provoca reações alérgicas, além de irritação das mucosas;
- Escolha horários de temperatura mais amena (início da manhã ou fim de tarde) para realizar suas atividades físicas;
- Mantenha a casa sempre arejada e tenha atenção redobrada com a limpeza de itens que possam acumular poeira, por conta dos ácaros.
Dessa forma, a adoção de uma rotina mais criteriosa é a melhor forma de evitar tais desconfortos. A começar pela ingestão regular de água, que seria a dica mais elementar em termos de prevenção a todas essas doenças.
“O ideal é beber, em média, oito copos de água ao longo do dia, principalmente nos intervalos de exercícios físicos ou quando se faz o uso da voz com muita intensidade, como é o caso de professores, radialistas e outros profissionais que dependem da comunicação oral”
Evitar hábitos que potencializem a irritação das vias aéreas é primordial, ou seja, fumar e fazer atividades físicas entre 10h e 16h (quando a umidade é menor) e uso contínuo de descongestionante nasal. “Tudo isso contribui para um ressecamento ainda maior das nossas vias aéreas, além de potencializar eventuais problemas cardíacos. Portanto, devemos evitar sempre”, observa a médica.
Mesmo dentro de casa, a especialista explica que esses meses de tempo seco requerem cuidados extras. “Nessa época do ano, é muito importante manter a casa ventilada e livre de poeira, por conta dos ácaros, principalmente. Deixar as janelas abertas sempre que possível e reforçar a limpeza de objetos como tapetes, cortinas e bichos de pelúcia é também essencial”, conclui.


