Ingresso.com
Anúncios

Capital das festas juninas e reggae: moradores elegem Centro Histórico de São Luís como principal espaço cultural, revela pesquisa

Arroz de cuxá é mais citado como principal prato típico da cidade; Teatro Arthur Azevedo é o mais lembrado por quem foi a museu ou exposição de arte

4–6 minutos
Anúncios
Capital das festas juninas e reggae: moradores elegem Centro Histórico de São Luís como principal espaço cultural, revela pesquisa
Anúncios

São Luís é a capital brasileira das festas juninas e do reggae, revelam dados inéditos da pesquisa Cultura nas Capitais, maior levantamento sobre o tema já produzido no Brasil, que analisou o comportamento dos moradores das 26 capitais brasileiras e do Distrito Federal. A pesquisa é da JLeiva Cultura & Esporte, com patrocínio do Itaú e do Instituto Cultural Vale por meio da Lei Rouanet, Lei Federal de incentivo à Cultura do Ministério da Cultura. O projeto também contou com a parceria da Fundação Itaú.

De acordo com os números, a capital maranhense lidera com folga a participação em festas juninas (38%, contra 28% na média das capitais) e é onde esse tipo de celebração é mais valorizado como principal evento cultural da cidade (53%). O reggae, escutado por 22% da população, tem uma presença três vezes maior do que a média das capitais (5%), reforçando sua importância na identidade musical local.

Bumba meu boi é uma das atrações das festas juninas em São Luís

Outro destaque trazido pelo estudo é a valorização do Centro Histórico, citado como espaço cultural mais frequentado por 21% dos moradores — um índice dez vezes superior à média das capitais (2%). Na culinária, o arroz de cuxá ganha destaque: 24% dos entrevistados citaram receitas de arroz como típicas da cidade, percentual oito vezes maior que a média das capitais (3%).

Em relação ao acesso a atividades culturais nos doze meses anteriores à pesquisa, São Luís apresenta índices superiores à média das 27 capitais em relação à frequência em festas populares (45%, contra 36%) e circo (17%, contra 14%). A maioria das atividades culturais frequentadas pelos moradores da capital do Maranhão ocorre longe do bairro de residência, de acordo com 56% dos respondentes, enquanto 29% afirmaram que tais atividades ocorrem perto do bairro onde moram e 15% no próprio bairro.

A pesquisa deixa clara a força da cultura popular de São Luís. É a capital onde mais moradores vão a festas populares, principalmente às festas juninas – embora o acesso a essas atividades tenha caído um tanto desde nossa pesquisa anterior, em 2017

João Leiva, diretor da JLeiva Cultura & Esporte

“O desempenho de São Luís fica acima da média em circo, que é outra uma atividade popular. E os ritmos mais ouvidos na cidade também têm essa característica: forró, sertanejo e gospel. A exceção é o reggae, que tem menos apelo em outras capitais, mas que em São Luís é muito forte”, completa.

Teatro e museus como diversão e passeio em família

A pesquisa mostra que, entre os moradores que visitaram museus ou exposições, 29% não especificaram qual foi o último local visitado — disseram apenas que foi em São Luís. Ainda assim, foram citados 26 espaços diferentes, com destaque para o Teatro Arthur Azevedo (12%) e o Museu Histórico e Artístico do Maranhão (11%). A maioria das visitas foi gratuita (64%) e feita principalmente em família com crianças (30%).

As principais motivações para ir a museus foram lazer e diversão (23%), interesse em aprender (21%) e levar os filhos (11%) — esta última a maior taxa entre todas as capitais brasileiras. Por outro lado, entre os que não frequentam museus, as razões mais citadas foram desinteresse (44%) e falta de tempo (27%). Apenas 6% disseram acessar coleções on-line de museus.

Potencial para crescimento

Em relação a atividades como teatro, dança e jogos eletrônicos, São Luís registra índices abaixo da média: apenas 14% foram ao teatro no ano anterior à pesquisa (contra 25% das demais capitais), 19% participaram de atividades de dança (média: 28%) e 37% jogaram videogames (média: 51%). Apesar desses resultados, há forte potencial de crescimento, com muitos moradores demonstrando alto interesse em participar: 28% dos entrevistados que nunca foram a museus ou exposições ou não foram nos 12 meses anteriores à pesquisa declararam interesse em frequentar essa atividade. Dos que não acessaram teatro, 27% indicaram alto interesse em ir. Algo semelhante ocorre em espetáculos de dança (22%) e shows musicais (21%).

São Luís é a capital do Nordeste com menor percentual de acesso a shows de música, teatro e jogos eletrônicos. Metade da população (50%) nunca jogou videogames, e apenas 37% jogaram no ano anterior à pesquisa — contra uma média de 51% entre todas as capitais.

Práticas culturais

A pesquisa também revela que 44% dos moradores nunca praticaram atividades culturais nem de forma amadora, como tocar instrumentos, dançar ou escrever. Esse índice é um dos mais altos do país. São Luís também está entre as cidades com menor número de pessoas que doaram dinheiro (14%) ou tempo (14%) para iniciativas culturais.

Comparação com 2017 mostra queda no acesso à cultura

Esta foi a segunda vez que a JLeiva e o Datafolha fizeram pesquisa de hábitos culturais em São Luís. A primeira foi em 2017, junto com outras 11 capitais. E, como ocorreu em todas elas, na capital maranhense houve queda no acesso à maior parte das atividades — a exceção foram os concertos de música clássica. Os maiores tombos aconteceram em bibliotecas, dança e festas populares.

Atividade20172024Diferença (em pontos percentuais)
Livros66%57%-9 
Cinema56%40%-16 
Videogame45%37%-9 
Shows42%34%-8 
Festas populares65%45%-20 
Bibliotecas39%17%-22 
Dança39%19%-20 
Museus23%14%-9 
Teatro24%14%-10 
Circo22%17%-5 
Sarau15%8%-7 
Concerto7%7%
Fonte: JLeiva Cultura & Esporte/Datafolha

Metodologia 

Nesta edição da pesquisa Cultura nas Capitais foram ouvidas 19,5 mil pessoas, moradoras de todas as capitais brasileiras – as 26 estaduais, além de Brasília – com idade a partir de 16 anos, de todos os níveis socioeconômicos, entre os dias 19 de fevereiro e 22 de maio de 2024. As pessoas foram abordadas pessoalmente em pontos de fluxo populacional. Ao todo, os pesquisadores foram distribuídos por 1,93 mil pontos de fluxo (entre 40 e 300 por capital), em regiões com diferentes características sociais e econômicas. Os entrevistados respondiam até 61 perguntas, além das relacionadas a características sociais e econômicas (como escolaridade, cor da pele etc.). O instituto responsável pelo estudo é o Datafolha. 

Além da pergunta sobre renda, a pesquisa também adotou o Critério Brasil de Classificação Econômica, um instrumento de segmentação econômica que utiliza o levantamento de características domiciliares (presença e quantidade de alguns itens domiciliares de conforto e grau de escolaridade do chefe de família) para diferenciar a população em classes: A, B, C, D ou E (Fonte: Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, Abep). 

Gostou do conteúdo? Leia outros destaques; contribua com o debate deixando seu comentário; acompanhe as atualizações pelo canal no WhatsApp; e siga os perfis nas principais redes sociais.

É jornalista ou assessor de imprensa e deseja ter seu conteúdo publicado pelo mauricioaraya.com? Saiba como entrar em contato e incluir dados no seu mailing.

Leia mais

Anúncios

Boletim

Receba notícias no seu e-mail

Editorias: , , , , ,
Anúncios

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Sobre o autor